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“UBERIZAÇÃO” nos modelos trabalhistas

Você já ouviu falar em “UBERIZAÇÃO” nos modelos trabalhistas?

Vivemos na época em que o acesso vale mais que o acúmulo. Com um clique, é possível solicitar um motorista, um entregador, uma casa para alugar e até fazer um curso online. Tudo sem grandes negociações ou entraves, apenas a baliza dos reviews e notas. É o mundo da “economia compartilhada”.

A chegada do Uber e outros tantos aplicativos fez a gente adotar para a vida o chamado serviço peer-to-peer — isto é, pessoas colaborando umas com as outras — como alternativa às grandes corporações que antes lideravam esses serviços. Tudo muito confortável, mas essa mudança de comportamento também fez consolidar de vez um novo modelo de negócio.

O fenômeno da uberização consolidou empresas que agora intermedeiam a demanda de trabalhadores cada vez mais informais. Se, por um lado, isso fomenta o surgimento de novos empregos, por outro há também um processo de precarização da mão de obra — afinal, esses trabalhadores passam a não ter mais vínculos empregatícios.

O que é uberização?

No campo do trabalho, especificamente, diz respeito à economia do compartilhamento: define uma relação de trabalho contemporânea em que se “vende” um serviço para alguém de forma independente, sem intermediação de empresas, em geral via internet. No princípio, esse fenômeno consistia numa operação de empréstimos e trocas entre iguais; em pouco tempo, com a chegada da Uber, essa dinâmica ganhou o nome da plataforma e passou a explicar a relação entre autônomos e contratantes.

É uma nova forma de controle, gerenciamento e organização do trabalho, podendo ser compreendida como um processo de informalização. Assim, é possível ter uma multidão de trabalhadores informais gerenciados e controlados por alguns meios técnicos. O gerenciamento algorítmico, próprio dos apps que a gente conhece e usa diariamente, consegue processar uma enormidade de variáveis e controlar a forma como o trabalho é distribuído e precificado. Nessa dinâmica, se consolida a figura do trabalhador sob demanda, sem vínculos empregatícios.

Como surgiu o termo uberização?

Sabe-se apenas que o termo vem da inovação trazida pela empresa Uber no mundo dos aplicativos — e acabou virando a terminologia para explicar como essas novas empresas gerenciam seus negócios.

Assim como a Uber, muitas empresas utilizam tecnologia semelhante, visando sempre colocar consumidores e fornecedores em contato direto. Nesse sistema, os intermediários não atuam diretamente no processo. A única função deles é garantir que aqueles que procuram um serviço possam encontrar pessoas dispostas a oferecer essa demanda. O termo é usado internacionalmente e popularizado no Brasil desde pelo menos 2017, quando passou a ser incorporado em pesquisas e estudos da área do trabalho.

Por que a uberização está tão em evidência?

Em uma época em que o acesso vale mais que o acúmulo, as novas plataformas barateiam os custos. Sem intermediários, o contato direto entre pessoas reais (e não mais grandes empresas) permite que o consumidor final pague menos pelo serviço desejado, e que quem oferece um serviço (vendendo, naturalmente, sua mão-de-obra), não responde a um chefe ou patrão. A prerrogativa é que o aplicativo onde ocorrem as negociações não se responsabilize pela operação em si, nem “contrate” a mão-de-obra. Ele se coloca apenas como um canal de contato.

Prós…

  • Alternativa para o desemprego
  • Liberdade para escolher horários e tarefas
  • Flexibilidade
  • Você é seu próprio chefe
  • Foco em resultados
  • Possibilidade de aumentar a renda
  • Mais tempo para a vida pessoal.

E contras

  • Falta de estabilidade
  • Sem salário fixo
  • Depende do esforço ativo do trabalhador
  • Perda de garantias trabalhistas da CLT
  • Falta de legislação
  • Possível precarização do trabalho
  • Falta de remunerada

Quais são as profissões mais uberizadas?

Entregadores e motoristas são as profissões mais reconhecidas neste processo. Na prática, porém, todas tarefas sob demanda ganham espaço nessa realidade. Há quem prevê que até mesmo profissões clássicas, como a de advogado ou médico, vão ser afetadas pela uberização.

Dicas para o profissional lidar com a uberização

#1 Organize-se: Você vai precisar saber administrar bem seu tempo, seus recursos e suas reservas financeiras.

#2 Saiba o valor do seu trabalho: Não adianta cobrar um preço muito baixo para ser competitivo e não ter retorno financeiro.

#3 Proteja-se: Como autônomo, você pode extrapolar limites de carga de trabalho que podem ser prejudiciais a sua saúde. Além disso, não vai ter legislação que te ampare da mesma forma que um trabalhador formal, nas questões trabalhistas.

#4 Firme contratos: Para deixar claro o serviço que você vai oferecer a uma empresa e a contrapartida dela, é ideal assinar um contrato de prestação de serviço autônomo ou de trabalho intermitente, dependendo do tipo de vínculo acordado.

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